domingo, 20 de dezembro de 2009

Valsa Número Um

Dizem que amores vem e vão,
Dizem que a vida é feita de chegadas e partidas,
Dizem que ser vulnerável demais é demais,
Dizem que ser introspectivo demais é demais,

Ouço você me dizer sobre o amor,
Ouço seus passos voltando pra onde veio,
Ouço seu coração estalar em luxúria adolescente,
Ouço meu coração dizer que não para o que sente,

Uso seu amor pra me gratificar,
Uso sua ida pra me crucificar,
Uso seu coração pra me consolar,
Uso o meu batom pra te lambuzar,

Vejo que o amor veio e se foi,
Vejo que quer mas não sabe se volta,
Vejo que foi bom, mas não trancou a porta,
Vejo que fui bom, mas não brinquei de pular corda,

Quero que esse amor permaneça em si,
Quero que um dia você vença e se case enfim,
Quero que o seu corpo volte e tome conta total de mim,
Quero que meu batom te lambuze e te pinte de carmim.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

CIGARROS

Já é hora, aquela que você havia marcado e não foi, Ontem quando acendi meu cigarro já sabia mesmo que não viria, é inevitável, sempre o mesmo e assim por diante sempre já passou da hora,Outro cigarro foi aceso durante essa manhã fria e claustrofóbica que pedia um acompanhamento vulgar que fosse, mas apenas o cigarro satisfazendo a minha necessidade de prazer que talvez você suprisse, foi em vão, alias sempre é...Talvez já tenha passado da fase de brincar de casinha ou até de médico psicólogo, quero acender outro cigarro, deixar fluir minhas lembranças que ainda não aconteceram de verdade e sentir no peito aquela saudade que ainda não sei porque eu sinto de um alguém que fica parado entre os sinais de trânsito da grande metrópole, esperando ficar verde pra seguir seu caminho e deixando pra trás o que nem se sentiu ainda.

quarta-feira, 15 de abril de 2009



Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar.
CAIO FERNANDO ABREU

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

MEU ALTER EGO DEVASSO

Pra onde fugir quando se na verdade você só quer ser encontrado, talvez ser encontrado não seja exatamente o que eu queria ser, minha mente dizia que sim, meu corpo repulsivo só acreditava que não daria certo e nele fui acreditando até ter a certeza de que eu não era pra ser encontrado. A intensão era boa, era na verdade tudo o que eu queria, mas na verdade até onde nossos medos inconvenientes podem chegar, até onde eu me sacrificaria por ter uma noite de prazer sem ter um alicérce quando na verdade eu já tenho minha mansão, a espera nos arremata, o presente pode ser totalmente decepcionante. Talvez eu seja um cara a moda antiga, talvez não tenha acompanhado a tragetória da bala, e ela, passou por mim meio que de raspão, me deixando com dor porém, ainda querendo ser baleado, meu coração está intacto e ainda batento muito forte, o que fazer quando suas chances são mínimas e você acaba desperdiçando a única que você tinha, qual seria a definição de eu estar escrevendo tudo isso se não fosse por um propósito, se não fosse por alguém? Sinto um sabor agridoce de que você vai embora amanhã e o que podiamos a gente fez mas, o que poderiamos se você não tivesse que ir? Será que você pensa em mim mesmo, como bêbado disse que me amava, quantos mais ouviram isso de sua boca cheirando a vodka com refrigerante barato e depois se deram conta de que isso tudo poderia ser uma farsa, um desafeto de alguém que precisa urgente ser amado, nem que seja apenas por uma noite? Isso eu pensei de você!!! Talvez a incompreensão da nossa primeira vez nos fizesse refletir se durante todo esse tempo se um valeu a pena pro outro, ainda reflexivo digo que depois de tantos desencontros no mínimo valeu, só que eu te queria pra mim mas você ainda mais reflexivo me passa constantemente que nunca vai dar certo e sabe porque? Nós somos de culturas diferentes, mundos diferentes, gozos diferentes, apesar de sermos um, alter ego do outro, a quem nos diga que parecemos irmãos de tão parecido, mas nós dois sabemos que isso é somente uma questão de estética.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O VELHO BANQUINHO DA PRAÇA (MEMÓRIAS)

Vejo pessoas na rua caminhando atrás de seus objetivos, correndo atrás de sua vida incansavelmente tropeçando em paralelepípedos pra chegarem a seus destinos. Pessoas namorando na pracinha da escola, me dão um prazer, sinto-me com dezoito ou talvez menos, não canso de admirá-las com seus olhares sinceros de dar inveja a um padre no confessionário, gente querendo amar uma vez na vida e ser amada, isso é reciprocidade verdadeira. Sento-me pra tomar um sorvete de creme naquela mesma e velha sorveteria do bairro aonde um dia amei alguém entre potes e casquinhas que hoje apenas minha memória dá sinal de não estar envelhecendo e por isso me fez lembrar desse alguém especial. Olho pela porta de saída e o vejo mais gordo ou talvez mais forte, não importa, é o mesmo de anos atrás, me olha e pisca um dos olhos em sinal de reciprocidade de sentimentos ou talvez de respeito. Termino o sorvete e saio um pouco vermelho de timidez que fez valer a pena a um tempo atrás, vejo um acidente de moto há uns dois quarteirões á minha frente, prefiro não ir até lá, na última vez que fui,um grande amigo se despediu deixando uma marca de sangue no asfalto e até hoje tenho uma grande aversão a motos, não consigo gostar, acho lindos os designes mas não gosto de andar não, prefiro pegar um táxi. Passo por vários lugares que me insinuam lembranças, toda vez quando saio de casa sempre passo por algum lugar que me faz lembrar de algo ou alguém, até a loja de calçados me faz lembrar da minha época de all star, quando eu adorava beber conhaque na esquina pra me sentir anti-social porque meus amigos eram totalmente anti-sociais, inclusive a pessoa que eu namorava na época, foi uma fase de muito amor e porrada, noites viradas no álcool, sexo e muito rock and roll, quando a gente cresce sempre fica pedindo pra voltar pra essa fase, o mundo tinha gosto de auto conhecimento e sem censura, hoje apenas tentamos nos conformar com as idas principalmente dos nossos ombros amigos daquela época. Dia da pátria, vejo um bando de soldados se apresentando em uma avenida famosa aqui da minha cidade, ombro arma, meia volta volver, alto!!! Já passei por isso e fico me perguntando como é que será que eles estão se sentindo toda vez que os vejo, será que estão fulos, será que estão entrando em êxtase, na minha época diria que era um misto dos dois, não gostava mesmo era de acordar cedo demais, alias nunca gostei, sempre preferi dormir bem depois do programa do Jô, mas sempre trabalhei com maior empenho e nadinha de sono, depois que a gente sai do exército com certeza nos policiamos muito mais, inclusive nos damos ao luxo de amar a quem naquela época não podia, mas fazer o que se não somos amados na maioria das vezes, então eu passo. Vou para o futuro e nele descubro que sou um grande artista talvez digno de prêmio Shell, mas o melhor de tudo é que hoje vivo com a arte delineada sobre a minha pele pintada por aquela pessoa que me fez enxergar que a vida não é feita de lembranças pra sempre e sim representada no palco todos os dias de uma vida.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

PIANO DE CAUDA CINZA NA SALA DE ESTAR

Babel já não existe mais e o que te trás aqui são só as lembranças de uma taça de vinho selecionada pra ocasião que nunca aconteceu. Muitos pensamentos em vão, tudo pode ser reavaliado com um pouco de bom senso e tranquilamente mantendo o humor em alta pra conseguir alcançar um pequeno êxtase de verdade por trás de sua linda capa azul de veludo que ainda continua mantendo seu rosto indefinido pra mim. Como será que eu conseguirei ver por trás dessa capa seu lindo rosto que só conheço por essas malditas fotos recortadas na página virtual desse sistema torpe que acaba por me finalizar na última volta antes da linha de chegada me dizendo que é melhor parar por aqui e dizer adeus. Quem sabe um dia, quem sabe nunca, quem sabe das coisas, quem sabe das pessoas e quem são elas? Acreditei no pecado porque jurei que te amava e de repente me curvo aos olhos pagãos dos fracos por ter me dado ao luxo de ter violado mais essa lei por você, eu olho o céu azul e reconheço que ele é mesmo infinito e que eu talvez eu não faça tanto sentido sendo apenas um cara pequeno no tamanho e na realidade das coisas que ultimamente tenho vivido, às vezes me sinto como uma nota de um piano de cauda cinza na sala de estar que fica por se dissipar com as outras já perdendo o sentido da canção que era tão linda e que agora não passa de rabiscos vermelhos dizendo pra eu cantar em fá bemol. Às vezes diante de tudo eu me sinto como uma nota musical, tão pequena mais tão significativa que me dá orgulho de poder dar prazer aos ouvidos selecionados, á tristeza aos boêmios, lembranças aos nostálgicos, amor pra você... Ponho-me pensativo e digo e altas palavras, cadê você, fico triste em pensar que pode ter sido em vão e ponho-me a chorar pelo leite já derramando pela cozinha vazia tendo a minha visita.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

TALVEZ UM DIA

São tantas palavras e tantos momentos que me curvo à cordialidade dos seus pés, só tinha de ser com você, apenas me beijando como um menino louco de desejo proibido e acariciando meus cabelos suados de paixão e vulgaridade. Talvez um dia você negue que foi meu um dia, talvez você ainda apareça pra mais uma dose de gim e talvez um dia eu não esteja mais aqui pra te ver chegar, assim como quando várias vezes fui eu que cheguei e você não estava por me esperar. Esse coração louco e trouxa de um cão alucinado por seu osso ainda latente quem sabe um dia tenha a esperança que vai se dar por vencida de tanto te esperar, como eu te esperei até hoje, um dia a mais, tanto faz, são dias que hoje dói menos, mais ainda dói. Talvez um dia ela se canse ou talvez um dia vocês se casem, pra mim a indiferença apesar de ser tamanha, já não importa mais, como naqueles dias que eu planejei, o mesmo que você deve estar fazendo hoje e talvez até com mais êxtase e luxuria. Aqui aonde eu cheguei pode apostar que foi longe viu, mas não o bastante me sentir vencido, outras pessoas viveram também a minha vida, como você e eu naqueles anos que eu me sentia a pessoa mais apaixonada que poderia haver na vida, paixão que apaga como fogo encontrando a água pra ser apagada e deixa aquela brasa ainda acesa que permanece, essa brasa hoje prestes a ser apagada é o que ficou, é o que sobrou pra mim, apesar de ventar muito e permanece-la acesa por todos esses anos. Meu pranto por você acabou e hoje resta apenas um soluço, não constante, mas ainda existe, foi quando percebi hoje que apesar de tantos anos passados ainda não me esqueci de você, pior pra mim talvez porque é o que eu deveria ter feito naquele adeus barato que você me deu naqueles mesmos anos desapercebidos para um de nós dois.