sexta-feira, 8 de agosto de 2008

PIANO DE CAUDA CINZA NA SALA DE ESTAR

Babel já não existe mais e o que te trás aqui são só as lembranças de uma taça de vinho selecionada pra ocasião que nunca aconteceu. Muitos pensamentos em vão, tudo pode ser reavaliado com um pouco de bom senso e tranquilamente mantendo o humor em alta pra conseguir alcançar um pequeno êxtase de verdade por trás de sua linda capa azul de veludo que ainda continua mantendo seu rosto indefinido pra mim. Como será que eu conseguirei ver por trás dessa capa seu lindo rosto que só conheço por essas malditas fotos recortadas na página virtual desse sistema torpe que acaba por me finalizar na última volta antes da linha de chegada me dizendo que é melhor parar por aqui e dizer adeus. Quem sabe um dia, quem sabe nunca, quem sabe das coisas, quem sabe das pessoas e quem são elas? Acreditei no pecado porque jurei que te amava e de repente me curvo aos olhos pagãos dos fracos por ter me dado ao luxo de ter violado mais essa lei por você, eu olho o céu azul e reconheço que ele é mesmo infinito e que eu talvez eu não faça tanto sentido sendo apenas um cara pequeno no tamanho e na realidade das coisas que ultimamente tenho vivido, às vezes me sinto como uma nota de um piano de cauda cinza na sala de estar que fica por se dissipar com as outras já perdendo o sentido da canção que era tão linda e que agora não passa de rabiscos vermelhos dizendo pra eu cantar em fá bemol. Às vezes diante de tudo eu me sinto como uma nota musical, tão pequena mais tão significativa que me dá orgulho de poder dar prazer aos ouvidos selecionados, á tristeza aos boêmios, lembranças aos nostálgicos, amor pra você... Ponho-me pensativo e digo e altas palavras, cadê você, fico triste em pensar que pode ter sido em vão e ponho-me a chorar pelo leite já derramando pela cozinha vazia tendo a minha visita.

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